Somos seres
espirituais vivendo experiências materiais.
A concepção contrária a essa afirmação tem trazido grandes
prejuízos a nós seres humanos, pois tem nos levado a obter uma vida
insatisfatória e carente de muito sentido. É isso mesmo! Carentes de sentido na
vida. Como se uma epidemia de "vazio" tomasse conta da humanidade e
nada mais existe do que medo, angustia, ansiedades, antecipações futuras,
stress, impaciência, carência, conflitos interno e externos, frustrações e sem
contar com a violência e os incontáveis danos em detrimento de uma inversão da
nossa principal essência.
Há um chamado urgente que a consciência humana faz todos os
dias e precisamos entender que não somos “nós” e o mundo lá fora, ou que, somos
um “ser” isolado de tudo e de todos, que o que pensamos ou o que alimentamos na
nossa mente não terá impacto em nossa vida e não repercutirá sobre cada um como
se fosse uma cascata.
Considero que essa visão individualista, egocêntrica, de separação
e também inversa, tem sido o pivô dessa epidemia carente que tem devastado a
humanidade e que se instalou uma névoa que embaçou toda visão real de vida, equilíbrio
e estabilidade do ser humano como um todo.
Desenvolvimento pessoal está intimamente ligado a um “des” envolvimento
de tudo o que tem nos tirado, puxado, ou melhor, tem desfavorecido nosso
reencontro com o ponto de equilíbrio da nossa própria vida. A quem diga que o
melhor remédio é desaprender. Desaprender todo hábito, pensamento, ideia,
conceito, padrão, crença, que tem nos levado, ao ponto do ser humano, deixar de
ter o domínio sobre suas próprias escolhas. Estamos vivendo uma era mecanizada
e estereotipada de postura e conceitos que só nos encaminham a solidão e a perda
da nossa identidade primária, sem a consciência de que, estamos todos
conectados e que somos responsáveis pela nossa realidade como um todo.
Vivemos então como seres “materiais” que precisam a todo
custo de uma experiência espiritual para alivio momentâneo da alma, e inicia-se
assim uma sede insaciável de algo que até perdemos o GPS para encontrar tal
alívio. Não há como subsistir a isso, é contra a natureza humana, é
pesado, é contraditório e é justamente por isso que vivemos frenéticos em
encontrar paz interior.
A vida clama por sua volta, seu corpo clama, suas emoções, e
até suas células clamam pelo seu retorno. Jesus já disse há muito tempo que,
existe um fardo leve e que devemos fazer uma troca com ele. Mas como pode um
fardo ser leve? Bom, não tenho explicações teológicas ou categoricamente
verdadeiras sobre exatamente o que ele quis dizer sobre esse fardo leve. Porém acredito
que seja justamente esse retorno, de voltar atrás, reencontrar a estrada que
nos leva de volta ao equilíbrio e que para a maioria das pessoas seja muito
doloroso o processo, mesmo que seja para encontrar essa paz que todos querem
tanto. Muitas vezes o desaprender, de tudo o que aprendemos desde o nascimento,
vá aos poucos lhe desconstruindo de alguém que você se tornou, mas que não é
você, e que vai lhe colocar em uma situação desagradável e desconfortável. E é
bem certo que, para algumas pessoas, talvez seja perder sua “identidade”, ou ter
que ceder a atitudes compulsivas cheias de “verdades” e até o reconhecimento de
que, toda essa realidade que nós não queremos mais viver, seja sim um espelho
de nosso eu interior.
É edifício assumir isso, dói sim reconhecer que nossas
atitudes estão nos destruindo e mais, que nossa forma errada de pensar está
criando tudo àquilo que não queremos mais viver. E isso pelo simples fato de
querermos ser quem não somos: Seres “matéria” tentando ter experiências espirituais.
E enquanto houver resistência, essa dor e sensação de vazio permanecerão. E
então? Como se dá esse retorno? Por onde começar?
Não tenho aqui uma receita mágica ou até mesmo tantos passos
para conseguir fazer esse retorno. Mas pense comigo: Se somos então seres espirituais,
nosso ponto de partida será justamente aí, dando à devida atenção a vida que
não vemos, a vida espiritual, mas que, é ela que determina quem somos nesse
plano material. E uma das primeiras coisas que aprendi e que quero passar pra
vocês é que a vida que não vemos tem características e uma delas é que, ela é Silenciosa,
então não há como ter uma reconexão sem pelo menos procurar esse silencio e
digo mais, esse silencio não está longe, num outro mundo, numa outra vida, ou
ali ou acolá, esse silencio está ai dentro de você, totalmente acessível, na
hora e quando você quiser. Olha como isso é libertador e leve!
Quando nos permitimos silenciar é onde começaremos a nos
reconectar com o Divino, com Deus, com nossa essência de existência. E a partir
daí estaremos abertos para toda informação e orientação através da nossa
intuição, que é nossa voz interior. Aquela voz que te preenche, pacifica, equilibra,
fortalece, esclarece, te mostra o caminho certo a seguir. E quando esse
silenciar calçar e pavimentar sua vida, nunca mais cessará a energia propulsora
e encorajadora que nos levará a manifestar uma vida plena e feliz, trazendo paz, plenitude e contentamento. Termino essa reflexão dizendo as
mesmas palavras de Jesus: E todas as outras coisas vos serão acrescentadas...
Paz, luz e muita eternidade no agora pra você!