segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Formas e padrões



Qual a forma de amar? Qual o padrão de alguém que tem amor? Qual é a forma da tristeza? Qual é o padrão de alguém que está triste? Qual a forma de ter sucesso? Qual padrão de alguém que já conseguiu o sucesso?
Na verdade os padrões e as características das mais diversas formas são sempre pré-estabelecidas. O nosso olhar ou a nossa "necessidade" acaba-se por se tornar um padrão, um modelo, uma forma pré-estabelecida do meu ponto de vista. Existem padrões que são indiscutivelmente benéficos. Mas até que ponto ou extensão o "padrão" é realmente benéfico ao outro??
Embora seja bom daquela forma para nós por inteiro, talvez seja apenas benéfico ao outro apenas 50%. A individuação, o encontro com sigo mesmo, faz essa quebra de modelos, trazendo singularidade em Ser ou de fazer a mesma coisa por várias pessoas de diversas formas. Padrão é padrão até onde possamos nos sentir confortáveis, pois ao menor desconforto, aquele padrão torna-se incongruente com o outro modo de Ser.
Existem os padrões que encarceram e existem padrões que libertam.
Apenas vale ressaltar que nenhuma forma de padrão é certo o suficiente, levando em conta apenas um ponto de vista generalizado, de certo ou errado, de livre de escravo, de contente de infeliz, de alegre de triste. Porque a "modelagem" humana em sua essência, ela não está limitada a padrões, pois o espírito é livre e ele mesmo vai lapidando sua forma de expressão.
Vamos ter cautela ao pré-julgamento de que uma pessoa feliz deveria ter tal tipo de comportamento, ou, uma pessoa que tem em mente suas responsabilidades deveria agir tal como lhe foi proposto para demonstrar que são responsáveis .
A ideia é parar de fazer um padrão da "Vida", entender que cada um sente diferente e busca a sua realização com um arsenal de ferramentas que foi dada somente a ela no dia do seu nascimento, que cada pessoa encontrará um "modelo" próprio que mais lhe satisfaz, que se encaixa nela e não ela Nele.
Pois quando isso não é respeitado, não está sendo respeitado a singularidade da Vida e suas mais infinitas expressões.

Aline Bastos